terça-feira, 10 de junho de 2014

Há noites em que o vento dança
Com cara de gente
Em que o homem pensa grisalho
Ao som dos estores dementes
Em que a cortina velha se solta
E balança

Há noites em que o vento dança
Como um doente
Em que o barulho do metal faz por derreter
Essa ideia tola de que o mundo
Percebe de poder
Ou que alguma vez se cansa.

Só Deus sabe que a gente teria feito melhor
Se nos fosse dado a escolher
Se tivéssemos maneira de pagar a fiança.

Ainda assim a portada guincha
Pela madrugada como uma criança,
Ainda assim o vento
Sem ter como saber, dança.

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