"lembras-te?"
todos os dias.
repetido.
por todas as paredes,
um lugar comum, crucificado.
"era aqui que costumávamos brincar"
eu não.
quem são vocês?
a criança que eu fui
não reconhece o adulto que dela brotou.
"mas os pais vão ficar chateados"
que é deles agora?
ficariam orgulhosos,
sou um herói de guerra,
mas nenhum rei da terra de onde eu venho teve de mo dizer:
bastou olhar na lápide dos meus velhos
para ver a mesma foto-tipo-passe,
a olhar sem condescendência,
apenas
amor(te).
"não, tu é que és"
pois sou.
vocês foram todos.
restam-me sombras,
que guardo na forma de tostões minuciosamente trocados,
sem jukebox para reviver as memórias.
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